quarta-feira, 8 de abril de 2009

Geração mp3

Pois bem, a indústria tanto cinematográfica como a musical, diz-se que estão em declínio por causa do download ilegal. Eu discordo. É verdade que a indústria cinematográfica para subsistir tem de ter patrocínios e tem de levar pessoas a comprar filmes e a ir ao cinema. Quando há estreias os cinemas estão cheios na mesma, os filmes mesmo vendendo-se menos, vendem-se muito na mesma e como os patrocínios são sempre empresas longe da falência, acho que esta vai subsistir (e eu não saco filmes na net porque adoro ir ao cinema e adoro ter os meus originais). Mas a indústria musical bem pode agradecer aos mp3 o facto de muitas bandas conseguirem sair da sombra. Antigamente só as maiores é que vendiam e ao invés de se criarem condições para uma maior abertura musical, criavam-se monopólios artísticos. E depois só as maiores bandas é que sobreviviam enquanto hoje em dia o mal está mais dividido pelas aldeias. Outra coisa, as grandes bandas de antigamente davam poucos espectáculos por isso mesmo, porque se sentavam confortavelmente nos sofás a compor uma nova malha enquanto o seu merchandise e cds ou vinis se vendiam ao pontapé. Resultado: haviam menos digressões mundiais, não valorizavam tanto os seus fãns e davam mais concertos nas suas zonas ou faziam mini-digressões quando precisavam de incitar as vendas ou para apresentarem novos trabalhos que esgotavam num ápice. Agora isso de trabalhar oito horas por dia como o comum mortal é que estava escasso. Faz calo dizem alguns. Hoje têm de procurar editoras, organizar os próprios concertos, criar myspaces, pensar na publicidade, arranjar promotores e agentes, trabalhar arduamente no estúdio para criar algo de novo e têm de fazer mais digressões e dar muito mais concertos para contemplarem os seus seguidores com a sua arte. Acho que é por isso que se queixam estes músicos do antigamente que tocam no agora. É porque têm de trabalhar.

Lord Death VIII abr, MMIX