terça-feira, 27 de janeiro de 2009

As faces da moeda

Fico ligeiramente perturbado quando observo na minha escola repleta de vida noctívaga, os professores a usarem os próprios porta-moedas para segurarem a lente reflectora de um retro-projector. Fico ligeiramente chateado quando vou à faculdade onde andam alguns amigos e reparo nas condições que têm para trabalhar. Fico ainda pior quando vejo na televisão listas de espera nos hospitais portugueses de não sei quantas horas. E de ver um policia da PSP num jogo de futebol mais preocupado em agarrar o próprio chapéu por ter de ser ele a paga-lo do que própriamente em acabar com uma invasão de campo. E de ver manifestações da polícia porque são mortos a tiro e ninguém faz nada nem lhes dão sequer coletes à prova-de-bala. E quando vejo imagens da TV de intalações de GNRs lá para o interior nortenho, todas decadentes e a cair aos bocados, sem candições para que se faça lá uma queixa em privado.
Mas depois vejo na outra face da moeda pontes a mais sobre o rio lisboeta, alfas pendulares, aeoroportos, e como se a Lusitânia fosse um país rico, o ensino a ser destruido com cursos da treta e subsidios para dar computadores a toda gente. As pequenas/médias empresas caem em derrocada, vão à falência e provocam desemprego, mas os meus impostos para tapar buracos às asneiras a que os bancos se permitem já podem esvoaçar. Ninguém se sente apoiado com estes apertos em tempos de crise, mas os que mais ganham e fazem asneiras nas grandes empresas ainda saem com indemnizações e reformas multimilionárias. Os corruptos vão a tribunal e o estado ainda é condenado a indemnizá-los. Dá gosto não dá?
Estas são as duas faces achatadas da moeda do meu país. Mas uma moeda tem três faces...

Lord Death xxvii jan, anno MMIX

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