segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Arquitectura celestial

Aceito as teorias criacionistas para a primeira faísca cósmica. Mas não desdenhando do ponto de ebulição em que a matéria entra depois de se contorcer sobre si própria. Aceito a teoria do criacionismo para o depositário da primeira célula na água do nosso planeta. Mas não esquecendo o poder da veracidade avaliada pelos nossos sentidos, que depositamos nas epistemologias e matemáticas. Aceito que queiram chamar a esse arquitecto cósmico…Deus. Mas continuo a não aceitar idolatra-lo, assim como não idolatro nada nem ninguém. Devemos sim respeita-lo e contempla-lo, vivendo cada minuto e respirando através de cada inalação oxigenada. Idolatro sim o meu espírito crítico enquanto humano. Nada é mais verídico do que o sentimento de que nada é mais verdadeiro acerca de respeitar esse arquitecto que não o respeito pela própria natureza. Sem missas, sem mentiras, sem cordeirismos. Apenas um respeito pela lei cósmica governada no caos pela semântica determinista e suas leis físicas e todas aquelas de que não formos capazes de visualizar neste plano tridimensional. Mas tenho outros nomes para os meus demónios e deuses. Sim… nomes mais lógicos e antigos do que as grandes fraudes humanas. Os meus próprios nomes. E é isso que me distingue dos outros animais. Somos diferentes no pensamento e na concordância e isso sim é poder. Isso do poder-mos dentro das nossas limitações físicas, pensar por nós próprios. Isso é ir de encontro ao nosso “eu”, à nossa natureza, ao nosso próprio deus ou deuses. Conviver com isso é que já é outra história. Mas eu não preciso de me agarrar a falsos profetas para viver feliz dentro do que é humanamente possível o ser. E não me refiro a prazeres inferiores, mas sim muito superiores. Dai o meu prazer, a minha satisfação, humanidade, logo felicidade. Quem teme viver é cobarde, esse vírus que é o suicídio vem dos genes viciados das religiões e falsas espiritualidades. A depressão, a negritude, o abismo. Não é que o abismo não seja curandeiro por vezes, mas é difícil entrar nessa designorância e sair dela. Beber desse graal de conhecimento para provar o que de humano têm as coisas. Os sentimentos, os ocultismos, os esoterismos. O portal que esconde o suicídio é um portal de covardia a quem não quer fazer a vontade a essa entidade originária do criacionismo contemporâneo. Para não ter de mencionar os requintes de desumanismo a que está agregada essa prática. Portanto, viver é contemplar esse “deus” e ser contemplado por ele. Mas aceitando apenas essa teoria enquanto vivermos na ignorância cientifica a que estamos habituados a ver crescer a velocidades estonteantes.

Lord Death iii fev. anno MMIX

Sem comentários: