terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

E porque não a música?

Para mim a música pode não ser tudo mas é uma grande parte do todo. Toda a matéria vibra, e acho que isso, todos sabemos. O som propaga-se através das moléculas e dos átomos e é captado por pedaços materiais. No nosso caso pelos ouvidos que têm células auditivas e nervos capazes de transmitir essa informação mágica ao nosso cérebro. Portanto o som vibra e faz vibrar, logo faz parte do todo. Daí os mantras, inspirados no eco da explosão universal. Têm poderes curativos e regenerativos. Daí os misteriosos cristais que aumentam as suas estalactites ou diminuem consoante as frequências de som que fazemos com que interajam com eles. São sons nos cristais de gelo. É misterioso e não menos do que o mistério do cosmos em si. Talvez estejam ligados. A música produzida por nós humanos e não faz qualquer sentido se não for sentida. Que nos traga um sentimento universalmente cósmico e nos faça sentir algo que por vezes nem nós compreendemos. Algo que transcende a visão e que esteja lá para nos fazer sentir algo mas que não a vimos. Algo que nos faz reagir e ter emoções. Que nos faz sorrir, imaginar ou chorar. Que nos traga um sentimento nostálgico quando somos novos e um sentimento contemporâneo quando formos velhos. Como um falsete que nos vem do estômago e vibra através do corpo e o sintamos no tecto do crânio. Algo que sempre tivesse lá estado. Não falo de óperas nem de fados que nos fazem compreender a vida com dor ou recheada de teatrismos. Não falo de música poderosa, com distorção e por vezes épica cheia de feelings dos antepassados. Nem falo de música étnica que está lá para transmitir histórias de culturas passadas. E muito menos falo de música clássica e orquestrada composta por maestros e recheada de matemática. Eu até ouço disso tudo. Mas a única banda que me fez reagir sem conhecer bem, foi outra. Hoje em dia conheço-a, mas quando era pequeno só a ouvia por o meu pai a ouvir. E digo-vos (a quem se der ao trabalho de ler isto) aqueles compositores sim, sentem a música que fazem. Aliás não é a minha banda favorita nem a que mais ouço mas é das minhas favoritas e das que mais ouço ainda hoje em dia. Começaram à muitas décadas atrás e eu quando os ouvi pela primeira vez foi como se os conhecesse desde sempre. E sabem porquê? Porque eu não ouvia apenas a música mas sentia-a, e mais do que outra qualquer. Esses senhores de quem falo com agrado e com a certeza de ser humano e ter na humanidade compositores como estes, são os veteranos Pink Floyd. Estes que ainda hoje tocam em novas gerações. A música que fizeram não é do passado mas sim do futuro. Não tenho duvida de que daqui a cinquenta anos, a sua música ainda estará actualizada. Se alguém um dia quiser contactar seres de outros planetas através da música eu sugiro os Pink Floyd. Música que transmita mais humanismo que esta é impossível.

Lord Death iv fev. anno MMIX

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